quarta-feira, 29 de junho de 2016

Falta mão de obra qualificada no mercado

Muito se fala atualmente na falta de mão de obra qualificada e não há como negar este fato. Segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada em fevereiro de 2011, mostra que sete em cada dez empresas industriais brasileiras afirmam que a escassez de mão de obra qualificada prejudica a competitividade, uma vez que segundo eles, devido à falta de qualificação a busca de eficiência e a redução de desperdício acabam sendo as atividades mais prejudicadas nas empresas, o que resulta em potenciais problemas de qualidade, custos mais elevados e lucros menores.

Segundo os dados da pesquisa do CNI, as empresas têm enfrentado o problema de diversas formas, por exemplo; 78% das empresas pesquisadas capacitam o profissional dentro da própria companhia, 40% delas fortaleceram suas políticas de retenção de talentos, 33% delas buscam a capacitação de seus profissionais fora da empresa, através de empresas de Educação e Treinamento Profissional.

Este é um assunto presente na alta cúpula das empresas, fato que pode ser comprovado com os dados da pesquisa Global CEO Study 2010, realizada pela IBM, onde ficou constatado que 50% dos CEOs brasileiros revelaram que a falta de mão de obra qualificada é ainda um grande obstáculo para o sucesso de suas empresas e que o déficit de profissionais se dá tanto no nível estratégico quanto para funções operacionais dentro da organização.

Em minha atividade de Consultor e de Professor em cursos de pós graduação vivencio um grande desperdício cometido pelas empresas, o desperdício do direcionamento das pessoas certas para as atividades erradas e o desafio das pessoas erradas para as atividades certas.

O primeiro desperdício está ligado ao direcionamento de profissionais talentosos para atividades que não precisariam ser feitas, atividades que não agregam valor ao cliente ou ao negócio. O segundo desperdício, o do direcionamento das pessoas erradas às atividades certas está ligado à alocação de profissionais com qualificações acima ou abaixo das necessárias para as atividades que realmente devem ser feitas. Atividades que poderiam eventualmente ser executadas por um dos 1,5 milhões de desempregados que temos no mercado e que muitas vezes erroneamente rotulamos de sem qualificação, mas que na verdade parte deles têm qualificação para outras atividades.

Temos sim problema de qualificação de mão obra no mercado, não há como negar, mas não podemos nos esquecer que temos também do problema de gestão na alocação da mão qualificada que temos. Se alocarmos as pessoas certas (qualificadas) para as tarefas certas (que exijam sua qualificação) certamente minimizaremos os impactos da falta de mão de obra qualificada no mercado.






José Ignácio Villela Júnior
Diretor de produtos do Ietec e coordenador técnico da área de Gestão e Tecnologia Industrial do Ietec.

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